Todos somos diferentes. E todos somos iguais. Todos precisam de algo diferente. Mas todos precisam de algo. E no fim, precisamos sempre das mesmas coisas. Porque somos diferentes, mas somos iguais.
Eu? Eu preciso do tempo.
Dei-me conta que ando sempre a correr. Atrás do quê? Não sei bem. Sinto-me como aquele cara que acorda com a gritaria e sai correndo, porque todos estão correndo, e ele não faz a menor ideia do que se passa.
Mas o que é que o tempo tem com isso, perguntas tu.
Talvez não tenhas entendido. Não disse que precisava de MAIS tempo. Disse que preciso DO tempo.
Há vida no tempo que morre enquanto eu corro procurando por ela…
E eu queria ter sabido isso 30 anos atrás.
Fica aqui o início de uma poesia que escrevi algum tempo atrás, que fala do tempo:
Não é que com ele não possa
Mas como? Ele foge, escorre, desatina
Feito areia tão, tão, tão fina
Em peneira de malha muito grossa
E deixo também uma música que, acho eu, tem de estar aqui…
Time
(Pink Floyd)
Ticking away the moments that make up a dull day
Fritter and waste the hours in an off-hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way
Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun</p>
And you run and you run to catch up with the sun but it’s sinking
Racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you’re older
Shorter of breath and one day closer to death
Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the English way
The time is gone, the song is over, thought I’d something more to say
Home, home again
I like to be here when I can
When I come home cold and tired
It’s good to warm my bones beside the fire
Far away, across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spell
1O culpado deste post, para variar, é o Fernando, do ChronosFer, mais precisamente por causa deste post dele.
2Sempre que o Fernando dá uma sugestão de música (mesmo que eu já conheça, como é o caso), eu coloco para tocar no Youtube e acabo por ouvir outras coisas, algumas velhas conhecidas, outras novidades (para mim). E acabei encontrando a versão original de ECHOES gravado em Pompeii, na década de 70.
Echoes – Part I
(Pink Floyd)
Overhead the albatross hangs motionless upon the air
And deep beneath the rolling waves
In labyrinths of coral caves
The echo of a distant time
Comes willowing across the sand
And everything is green and submarine
And no-one showed us to the land
And no-one knows the wheres or whys
But something stirs and something tries
Now starts to climb towards the light
Strangers passing in the street
By chance two separate glances meet
And I am you and what I see is me
And do I take you by the hand
And lead you through the land
And help me understand the best I can
And no-one calls us to move on
And no-one forces down our eyes
No-one speaks and no-one tries
No-one flies around the sun
Echoes – Part II
(Pink Floyd)
Cloudless every day you fall upon my waking eyes
Inciting and inviting me to rise
And through the window in the wall
Comes streaming in on sunlight wings
A million bright ambassadors of morning
And no one sings me lullabies
And no one makes me close my eyes
And so I throw the windows wide
And call to you across the sky
3As duas músicas acima são músicas que exigem que você dedique-lhes tempo. São músicas que exigem que você se sente, no escuro, a absorver cada nota, cada palavra, a melodia, os arranjos. E foram elas, mais conversas recentes sobre o tempo, mais coisas que eu venho pensando há muito, que deram origem a essa reflexão.
4E porque este post é sobre o tempo, deixo aqui um par de fotografias minhas, que me levam a pensar sobre ele…


Ownnn.. tão encantada com a imagem “Hora do banho’! Jauch, Jauch, Jauch!! ♥ྀ๏[-ิิ_•ิ]๏
Mas Pink Floyd é muito mais que tudinho de bombom! ◕‿-。
Com o tempo, tudo deixa de nos aparecer isolado e passa a ser percebido em conjunto, a exemplo das ações e das sensações . Quando ele faz seu drible, tudo fica pra trás no destempo, e nossos afazeres são adiados pra quando tempo houver. Teu ‘verso’ nos evidencia que o tempo presencia a todos os nossos acertos e desventuras. Há muita reflexão contida aí.
Lhe desejo um dia repleto de boas inspirações e um resto de semana maravilhoso, que possas enxergar sempre a vida com o coração carregado de esperança, gratidão e amor!
Beijos de chocolate!! 。◕‿◕。
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Obrigado Lu! É sempre bom vê-la por aqui ^^(E eu estou com uns 2500 posts para ler… hahahahahaha) Mas eu chego lá 😉
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◕‿◕ Que nada! Vá sem pressa, aproveite a viagem… ◕‿-。
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🙂
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Eu penso que ao longo da vida, quando temos 20, 30, 40, 50 ou quase 60, em cada momento, no tempo em que não estivemos a cumprir tarefas profissionais ou logísticas necessárias à nossa “sobrevivência” e da família, é natural que sempre tenhamos optado por fazer o que nos apeteceu, seja ficar no sofá com o comando da televisão na mão, a ler, a desenhar, a conviver, a ir a um bar, a escrever, a passear ou a pensar simplesmente, entre milhares de outras opções.
Escolhemos e vivemos esse tempo e esses momentos com prazer… por isso…o que adiantaria se soubessemos mais? Mais o quê? Mais de quê?
É verdade, o tempo foge…em cada dia o futuro é mais curto e, no meu caso pessoal, já muitíssimo menor do que o passado.
Por isso só temos que aproveitar todos os minutos do nosso tempo disponível com prazer e sem olhar para o passado, sem olhar para o que não fizemos, ou para as opções erradas. Porque na altura foram as certas, com aquilo que sabíamos, com aquilo que a cabeça ou o coração nos disse.
Se, no agora, algo está mal, é parar, pensar, reflectir e seguir novo caminho. Ou então, gerir essa realidade, com calma, objectividade e verdade. Fazendo as modificações necessárias com o que sabemos agora. E olhando em frente, esquecendo o que ficou para trás, o que não sabíamos, o que não se fez.
Peço desculpa de tanta conversa, mas a idade dá-nos esta necessidade de partilhar o que achamos que é mesmo importante. E o tempo, é a nossa vida, o nosso melhor amigo, mesmo que curto e efémero! Mesmo quando nos apetece zangar com ele!
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Olá Dulce!
Podes escrever o quanto quiser, será sempre um prazer ler suas reflexões.
E eu concordo com elas. 🙂
Há que viver. O resto é o resto. 🙂
Obrigado ^^
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Ainda não posso dizer sobre o que gostaria de ter sabido há 30 anos atrás, pois ainda não cheguei nessa casa decimal, mas, mesmo assim assim, há muita coisa que eu gostaria de ter sabido antes.
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Isso vai ser sempre assim. Só piora com a idade. Mais coisas que a gente queria saber. 30 anos atrás, 40, 50… xD
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Pink Floyd é uma banda que ouvia muito na infância, influenciada pelo gosto musical do meu pai, mas nunca tinha lido as letras, até agora. Que riqueza! Time me parece melancólica, mas nem por isso menos sábia. Não entendi muito bem a diferença entre “preciso do tempo” e “preciso de mais tempo” no texto. Desculpe a ignorância rs
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Eu sempre adorei Pink Floyd. E Yes. E Rainbow. lol Tive amigos mais velhos que ouviam. Foi a minha sorte (que meus pais não eram muito ligados em música). Pink Floyd é especial, para mim. 🙂
Eu quis dizer que preciso de rever as minhas prioridades. Não preciso de “mais” tempo. Preciso é do tempo que eu gasto com o que não devia 😉 rs
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Ah sim! Eu também preciso organizar esse tempo aí. Rs Yes! Ouvíamos sempre. Rainbow não conheço.
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Não conheces Rainbow??????
hehehehehehe
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Não! Assistirei e te falo ☺
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Aliás, essa aqui é mais conhecida: https://www.youtube.com/watch?v=p9nfVrusSMg (E eu gosto muito)
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complicado é o caminho da volta, depois da curva da vida, o retorno ao começo, observando os lugares de outrora tão pouco valorizados.
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E assim vamos levando a vida, olhando para frente e para trás, sempre o lado errado… 🙂
Obrigado pela leitura 🙂
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Show de post. Muitos momentos da nossa vida precisamos de tempo…tempo até mesmo para pensar.😊
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Olá Itanamara! 🙂
Obrigado. Sim. Aliás, acho não apenas que precisamos de tempo para pensar. Precisamos mesmo “diminuir a velocidade”…
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