Os Peixinhos
(Tribalistas)
Os peixinhos são
Flores sem o chão
Nadam, boiam, fazem bolhas
E bolinhas de sabão
Como lindos são
Coloridos tão
Espirrando gotas
Como notas na canção
Nas vitrines máscaras de aquários
Dos mergulhadores
Furtam do arco-íris tantas cores
Ultravioleta, infravermelho
Degradée e fúcsia
Todas as modulações do espectro
Os peixinhos são
Flores sem o chão
Nadam, boiam, fazem bolhas
E bolinhas de sabão
Como lindos são
Coloridos tão
Espirrando gotas
Como notas na canção
Nas escamas brilha espelhada
Toda a luz do sol
Verde, azul, vermelho, ouro e prata
Segue junto com o seu cardume
Pra enganar o anzol
Aquarela colorindo a água
Sim. Não. O Título deste texto É uma alusão à música “Velha Infância” dos Tribalistas. Mas a música que eu queria mostrar era essa. Os Peixinhos. Não só. Essa versão específica. Porque além de Arnaldo, Marisa e Carlinhos, há ali uma quarta voz, uma voz Portuguesa. Carminho. Como eu sou Brasileiro, mas vivo Portugal, acho que faz todo sentido. Não?
Do trio original, apenas o Arnaldo parece ter mudado. Marisa continua a mesma, ela mesma. Carlinhos continua o mesmo, parece que não está nem aí. E o Arnaldo? Ele parece que está cada vez mais alucinado. Não sei se isso é bom ou ruim. Provavelmente nem um nem outro. O mundo é assim. Fim.
E eu ainda lembro da cozinha da casa antiga, do piso vermelho, das paredes de madeira infestadas de cupim, da geladeira azul que era mais velha do que a gente, das minhas irmãs e amigos, a ouvir os Tribalistas…
E agora, 15 anos depois, os peixinhos…
Se você tem a minha idade, ou perto dela, ouvir esta música não te traz um gosto de passado? Um sentimento de que, se calhar, estás a ficar velho? Uma sensação de que gastou uma boa parte da sua vida dando valor às coisas erradas e que, se calhar, aquilo que ficou lá atrás é que era importante?
A tua infância? A tua velha infância?
Talvez não. Não faz mal. Cada um é cada um.
Entre “geladeiras e frigoríficos”… gosto muito desta versão dos “peixinhos” com a colaboração da nossa Carminho. Formaram uns belíssimo “quadribalistas”!
Em complemento…
…o primeiro frigorífico da minha infância era branquinho, teria hoje cinquenta anos…e guardava gelados que a minha mãe fazia! Mesmo com palhetas de gelo dentro, esses gelados eram sempre desejados e maravilhosos!
Gostei do post!
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As memórias são uma benção. Para a maioria das pessoas, fica só o que é bom… 🙂
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Nossa! Falar de infância sempre ‘me desarma’. É sempre bom! Geladeira colorida! Que cor? Azul!!
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hehe 😀
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Achei lindo e muito sensível a sua memória misturada com a música dos Tribalistas e que traz outras memórias para quem lê o que você escreveu. Tinha mesmo uma geladeira azul quando eu era pequena😁🌷
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O que é isso com essas geladeiras azuis? 😁 rs
Beijinhos!
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os Tribalistas, os peixinhos, a infância, a geladeira…na minha digamos passagem pela infância até o início da adolescência era o velho e inigualável rock dos anos 60, a Jovem Guarda, Bossa Nova, e não lembro mais, afinal o tempo está ficando muito distante para mim. geladeiras, peixinhos…tudo o que me vem agora é uma saudade infinita que não cabe dentro da própria palavra. belo e sensível, Eduardo.
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Eu ainda lembro… Mas como disse em outra oportunidade, tenho saudades de alguém que não já não sou, de um tempo que está em outra realidade…
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Geralmente o achocolatado ou o leite condensado.
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hehehehehe xD
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Esse papo de geladeira azul me é muito familiar🤔 agora estou a cantar peixinhos.
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E não é? Quanta gente, no Brasil, quiçá no mundo, cresceu olhando para uma geladeira azul… E levando sermão da mãe por abrir a porta esperando encontrar alguma coisa que não estava lá cinco minutos antes…
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