Em meio ao pó e vento quente cresceu Plantou e colheu, até não poder mais No silêncio e na secura definhou Pois que esse é sempre o destino De todo o sertanejo Severino Sem nunca ter visto e vivido Nascer, Crescer Curvar e Morrer Jauch
Uma pequena homenagem à esta magnífica obra: Morte e Vida Severina do escritor João Cabral de Melo Neto. O texto é um poema drámatico que conta o sofrimento da personagem Severino. Lembro-me de estudar o texto quando ia na escola. Lembro-me do sentimento de infantil deslumbramento diante da realidade que ele evocava. Lembro-me de ficar acordado até mais tarde, certa noite, para assistir com meus pais e minha avó ao especial produzido para a Rede Globo (quando essa ainda apresentava alguma coisa de jeito). Lembro-me ainda da angústia que senti, diante de todo sofrimento que eu via.